Darwinismo em questão: A lição esdrúxula do 'modus operandi' da Nomenklatura científica.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

A ciência é uma busca da verdade e, por isso, não pode coexistir com a mentira. Qualquer teoria científica deve ser comparada com as observações e/ou experiências. As que sobreviverem a repetidos testes são consideradas, provisoriamente, como declarações verdadeiras a respeito do mundo.

E se houver conflito persistente entre a(s) teoria(s) e as evidências? A ciência demanda que a(s) teoria(s) se renda(m) às evidências, modificando-se ou descartando-se as teorias, pois todo conhecimento científico está sujeito a mudança assim que novas evidências surgirem.

Muito mais grave do que o artigo fraudulento de Alan Sokal e de como os irmãos Bogdanov obtiveram o doutorado em Física pela Universidade de Bourgogne, na França, é o 'modus operandi' da nomenklatura científica em relação à Teoria Geral da Evolução.

Há muito tempo, e mais recentemente, a Ciência sabe que os pilares fundamentais da teoria darwinista são falsos ou induzem ao erro. Mas continuam sendo apresentados como 'evidências da teoria da evolução' em livros-texto de Biologia e, supostamente, 'norteando' as pesquisas biológicas...Embora o 'darwinismo fundamentalista' afirme que a origem da vida não é assunto importante na discussão do 'fato da evolução', o experimento de Urey-Miller, simples obtenção de aminoácidos ['tijolos construtores' de proteínas], é exemplificado como o primeiro passo importante na origem e evolução química da vida cientificamente demonstrado.

Mas as proteínas é que são os 'tijolos construtores' da vida e até hoje não conseguimos ir além desses insignificantes aminoácidos...

A partir dos anos 70 do século 20, os cientistas concluíram: a atmosfera da Terra primitiva não era nada parecida com a mistura de gases usadas por Urey-Miller. O 'Mysterium tremendum', continua misterioso, inacessível e agora com um prêmio de US$ 1.000.000,00 para quem for além da experiência simples de Urey-Miller http://us.net/life .

A mais grave das distorções - as semelhanças no desenvolvimento embrionário de diferentes vertebrados no estágio inicial é apresentada como 'forte evidência' de descendência comum.

Há muito sabemos que os embriões não são tão semelhantes assim, e que Haeckel fraudou o seu desenho. Em 1977, uma equipe de especialistas, dirigida pelo embriologista Michael Richardson, comparou os desenhos de Haeckel com as fotografias de embriões verdadeiros de vertebrados.

Conclusão da equipe: os desenhos 'deturpam' a verdade. Richardson afirmou à revista Science: 'Parece que isto está se revelando como uma das mais famosas fraudes em biologia' [Elizabeth Penisi, 'Haeckel's Embryos: Fraud Rediscovered', Science 277 (1997), p. 1435.

Mas, o que é uma pequena fraude secular diante da grandiosidade do gênio eterno de Darwin?

A teoria da evolução de Darwin é basicamente 'descendência com modificação' através da seleção natural na formação de novas espécies. É ponto pacífico que dentro de uma espécie ocorra descendência com modificação.

É discutível, porém, que todos os seres descendam gradualmente modificados de uma forma ou de algumas formas originais. Se assim fosse, a história da vida seria representada pelo gráfico da árvore.

O registro fóssil mostra os principais grupos de animais plena e funcionalmente formados num big bang biológico, 'a explosão cambriana', sem ancestrais comuns conforme predito pela teoria. Darwin disse que, se fosse assim, sua teoria 'ruiria'... Darwin subestimou a 'varrida para debaixo do tapete epistemológico' que dariam seus atuais discípulos...

No século 20, durante a década 70, os biólogos testaram as árvores filogenéticas, comparando as moléculas de várias espécies. Quanto mais semelhantes as moléculas de duas espécies diferentes, presumia-se que fossem mais aparentadas.

Mas ao compararem mais e mais moléculas, descobriram - as moléculas diferentes davam resultados conflitantes. O padrão de árvore da vida baseada numa molécula contradizia o padrão obtido por outra. [James A. Lake, Ravi Jain e Maria C. Rivera, 'Mix and Match in the Tree of Life', Science 283 (1999), p. 2027-2028]. A árvore da vida, quem diria, está mais para 'gramado'...

Os órgãos homólogos dos vertebrados são apresentados como evidência de parentesco evolutivo. Dois mecanismos foram propostos para isso: desenvolvimento embrionário [as características homólogas surgem de células e processos semelhantes no embrião] e programas genéticos [as características homólogas são programadas por genes semelhantes].

Os biólogos sabem há muito tempo, que as estruturas homólogas geralmente não são produzidas por processos semelhantes de desenvolvimento embrionário. E há mais de 30 anos sabem que elas não são produzidas por genes semelhantes.

Estamos empiricamente vazios de mecanismos estabelecendo as homologias como evidências de ancestralidade comum. [Rudolph Raff, 'The Shape of Life', The University of Chicago Press, 1996; Gavin de Beer, 'Homology: An Unsolved Problem', Oxford University Press, 1971; Gregory A. Wray e Ehab Abouheif, 'When Homology is not Homology?', Current Opinion in Genetics & Development 8 (1998), p. 675-680].
Mesmo assim, a homologia é definida em termos de ancestralidade comum, e depois é usada como evidência para a ancestralidade comum. Tautologia que nada diz cientificamente. Mas, entenda-se essa hermenêutica de axiomas...

A seleção natural não é o exclusivo nem o mais importante mecanismo de modificação evolutivo. O melhor que Darwin pode oferecer à ciência foi 'uma ou duas ilustrações imaginárias'.

Na década de 50 do século 20, o médico Bernard Kettlewell ofereceu o que parecia ser exemplo conclusivo da seleção natural em ação: o melanismo industrial nas famosas mariposas de Manchester [Biston betularia].

Mas, na década de 80 daquele século, pesquisadores descobriram: a história oficial estava incorreta, inclusive o fato importante de as mariposas em questão não costumam repousar em troncos de árvores, mas voam de noite e escondem-se durante o dia embaixo dos galhos superiores.

Uma situação inexistente na Natureza foi artificialmente criada: as mariposas foram soltas durante o dia e 'coladas' nos troncos de árvores para ilustrar 'a seleção natural em ação'. [Giuseppe Sermonti e Paola Catastini, 'On industrial melanism: Kettlewell's missing evidence', Rivista di Biologia 77 (1984), p. 35-52; Atuhiro Sibatani, 'Industrial Melanism Revisited', Rivista di Biologia 92 (1999), p. 349-356. O que um pouco de cola Super Bonder não faz pela ciência...

Em 1977, Peter e Rosemary Grant [e colegas de pesquisa] observaram um aumento de 5% no tamanho dos bicos de tentilhões após severa seca nas ilhas Galápagos. A variação, apesar de significante, é pequena em termos evolutivos. Após as chuvas torrenciais de 1983, os bicos voltaram ao tamanho anterior...

Esse tipo de 'adaptação específica', contudo, é utilizado para explicar as diferentes variedades ou espécies de tentilhões, apesar de os Grants terem afirmado que 'a base do conhecimento a partir da qual generalizar sobre a genética da especiação das aves é precariamente tênue' ['Genetics and the origin of bird species', Proceedings of the National Academy of Sciences USA 94 (1997), p. 7768-7775].

Para complicar mais ainda, diversas espécies de tentilhões parecem estar se misturando por hibridização, em vez da diversificação através da seleção natural como exige a teoria neodarwinista. [Peter R. Grant e B. Rosemary Grant, 'Hybridization of Bird Species', Science 256 (1992), p. 193-197].

Quanto à origem do ser humano, este é o aspecto mais controverso da Teoria Geral da Evolução. O que revelam os fósseis? Henry Gee, escritor-chefe de ciência da revista Nature, é muito pessimista a respeito do assunto: 'Nenhum fóssil é enterrado com o seu registro de nascimento... os intervalos de tempo que separam os fósseis são tão imensos que nós não podemos dizer nada definitivo sobre sua possível conexão através da ancestralidade ou descendência...[cada fóssil] é um ponto isolado, com nenhuma conexão conhecida com qualquer outro fóssil dado, e tudo flutua num irresistível mar de lacunas... entre 10 e 5 milhões de anos atrás - diversos milhares de gerações de criaturas - tudo isso cabe dentro de uma pequena caixa...

Pegar uma linhagem de fósseis e afirmar que eles representam uma linhagem não é uma hipótese científica que possa ser testada, mas uma afirmação que tem a mesma validade como uma estória para dormir - interessante, talvez até instrutiva, mas não é científica'. ['In Search of Deep Time: Beyond the Fossil Record to a NewHistory of Life', New York: The Free Press, 1999].

Apesar disso, os livros-texto de biologia continuam apresentando esses pilares como 'fatos científicos incontestes' da evolução.
Esse é o 'modus operandi' da Nomenklatura científica - promove, defende e mantém a Teoria Geral da Evolução (TGE) como teoria científica, pela distorção, falsificação e até supressão da verdade dessas evidências. O que isso implica sobre os padrões científicos epistemológicos e éticos? Quem já falsificou um [Haeckel], falsificou dois [o Homem de Piltdown], falsificou três [as mariposas de Manchester], falsifica ad infinitum???

Stephen Jay Gould pronunciou a síntese neodarwinista 'efetivamente morta, apesar de sua persistência como ortodoxia de livros-texto [de Biologia]'. Quando o assunto é Darwin, as Nomenklaturas nacional e internacional impõem uma 'camisa-de-força epistemológica' sobre todos os que praticam ciência normal. Criticar Darwin é crime de 'lèse majesté'. Com perda de prestígio, de verbas para pesquisas, de emprego, etc... Ou ser chamado de 'ignorante, imbecil' ou 'louco' [Richard Dawkins]. Verdadeira inquisição sem fogueiras!

Contrariando Dobzhansky, nada em evolução faz sentido, a não ser à luz das evidências. Elas contradizem Darwin. Isto posto, só resta a seguinte opção para a Nomenklatura: revisa ou descarta a teoria. Ou passa para a História como... [preencher conforme aplicável].