“Pimenta epistêmica nos olhos dos outros é refresco apologético”

sexta-feira, março 31, 2006

Os críticos do Design Inteligente geralmente afirmam que a Teoria do Design Inteligente [TDI] não passaria pelo rigor do teste da suficiência epistêmica exigido das teorias que se propõem científicas.

Uma definição científica de teoria [existem várias definições – qual delas é a ‘científica’?] é que a teoria é uma síntese aceita de um vasto campo de conhecimento, consistindo de hipóteses que foram devidamente testadas, leis, e fatos científicos que descrevem e conectam fenômenos naturais. Na verdade existem muito poucas teorias em ciência, incluindo a teoria atômica, a teoria da gravidade, a teoria do modelo padrão de partículas físicas, e a teoria da evolução.

Pelo rigor da definição acima do que seja uma teoria científica, eu tenho dificuldades quanto ao rigor científico da Teoria Geral da Evolução [TGE]. Para elucidar este meu ceticismo salutar não-global, afinal de contas Darwin acertou no varejo [Teoria Especial da Evolução], mas errou no atacado [TGE], vamos considerar a questão de definição de teoria.

Uma outra boa definição de teoria científica é a da Biology-Online.

Em ciência, a teoria é uma explicação de alguns fenômenos baseada na observação, experimentação e raciocínio. No uso popular, uma teoria geralmente é tida como implicando mera especulação, mas em ciência, algo não é chamado de teoria até que tenha sido confirmada ao longo do curso de muitos experimentos independentes. As teorias são mais certas do que as hipóteses, mas menos certas do que as leis.

Para os já familiarizados com a TDI e os outros críticos científicos da evolução, há uma distinção entre a teoria de mudança ao longo do tempo (evolução) e a teoria do ancestral comum (evolução darwinista).

Geralmente os ultradarwinistas ofuscam esta distinção epistemicamente importante para sua própria vantagem e confundir os menos esclarecidos na controvérsia. E aqui eu vou ser extremamente cruel com Darwin. Será que a sua teoria da evolução preenche os critérios de suficiência epistêmica para ser chamada de teoria científica?

Como vimos acima, quais são os critérios de uma teoria científica? A explicação de uma teoria deve ser observável, testável e produzir predições válidas (que sejam exatas e rigorosamente reproduzíveis). Quer dizer, uma teoria deve ser empiricamente verdadeira. A TGE de Darwin falha ‘magna cum laude’ em todas estas etapas. Como pode ser uma teoria cientificamente comprovada e inconstestável?

É por isso que sou um cético saudável não-global da TGE, e sou favorável para que um exame mais criterioso e objetivo da evidência a favor da TGE seja encorajada. Querer abortar a questão, como fazem os darwinistas fundamentalistas como sendo ‘coisa de criacionista’ é sórdida desonestidade acadêmica. A questão é puramente científica.

A teoria evolutiva do ancestral comum (uma espécie ‘transformando-se’ em outra espécie) nunca foi observada e, de acordo com os próprios darwinistas, ela nunca será observada devido à longa duração de tempo necessária para isso ocorrer. Na verdade, um exame científico isento e objetivo da literatura especializada vai demonstrar que o quadro das evidências mostra o oposto do que as premissas darwinistas esperam.

A teoria darwinista não é testável. Se a hipótese de que toda a vida tem um ancestral comum, como isso seria testado? Será que seria como Stephen J. Gould disse – rebobinar a fita da vida e dar replay e observar a produção da diversidade da vida? Este foi o ponto que Henry Gee, editor sênior da revista Nature fez no seu livro “In Search of Deep Time”.

Pelo crivo epistemológico rigoroso da apologética darwinista, a TDI não seria uma teoria científica, mas tampouco a TGE de Darwin! Nos dias 18 a 20 de maio de 2006 vai haver uma conferência sobre a evolução na USP, quem sabe nós teremos informações detalhadas de como que a TGE é realmente uma teoria científica...

[Algumas idéias deste texto foram obtidas junto a acadêmicos amigos e simpatizantes ao DI]