A ‘nota promissória’ do tratamento com células-tronco embrionárias

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Por favor, me entendam, eu sei que a questão de células-tronco embrionárias é muito complexa. Especialmente do ponto de vista ético e científico. Alguns cientistas acham que a sociedade deve dar a eles um ‘cheque em branco’ para todas e quaisquer pesquisas. Não deve ser assim. Essa questão polêmica e controversa não deve passar unicamente pela Academia como querem alguns cientistas. Ela deve passar por toda a sociedade – afinal de contas somos nós que pagamos os salários deles. A ciência produz tanto o bem como o mal.

Um novo artigo sobre as células-tronco embrionárias levanta preocupações quanto a viabilidade desta biotecnologia, ardorosamente defendida aqui no Brasil por Mayana Zatz, Drauzio Varella e outros, para tratar e curar doenças como o mal de Parkinson.

Os pesquisadores geraram células nervosas produtoras de dopamina de células-tronco embrionárias humanas e as transplantaram nos cérebros de ratos com lesões cerebrais tipo de Parkinson. Essas células transplantadas beneficiaram os ratos, mas também levaram à formação de tumores.

Muito embora as células-tronco embrionárias têm sido alardeadas irresponsavelmente por alguns cientistas e pela Grande Mídia Tupiniquim como tendo o potencial 'mágico' de curar doenças e lesões debilitadoras, esse problema fundamental de formação de tumores cancerígenos pode impedir a utilização dessa terapia. Obstáculos como esse descrito na pesquisa deve nos levar a mudarmos o foco para alternativas tecnológicas eticamente aceitáveis como o uso das células-tronco adultas.
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Neeta S. Roy et al., "Functional Engraftment of Human ES Cell-Derived Dopaminergic Neurons Enriched by Coculture with Telomerase-Immortalized Midbrain Astrocytes,"

Nature Medicine - 12, 1259 - 1268 (2006)
Published online: 22 October 2006; | doi:10.1038/nm1495

Functional engraftment of human ES cell–derived dopaminergic neurons enriched by coculture with telomerase-immortalized midbrain astrocytes

Neeta S Roy1, Carine Cleren1, Shashi K Singh1, Lichuan Yang1, M Flint Beal1 & Steven A Goldman1, 2

1 Departments of Neurology & Neuroscience, Weill Medical College of Cornell University, New York, New York 10021, USA.

2 Departments of Neurology, Neurosurgery and Pediatrics, University of Rochester Medical Center, Rochester, New York 14642, USA.

Correspondence should be addressed to Neeta S Roy ner2004@med.cornell.edu or Steven A Goldman steven_goldman@urmc.rochester.edu

Abstract:

To direct human embryonic stem (HES) cells to a dopaminergic neuronal fate, we cocultured HES cells that were exposed to both sonic hedgehog and fibroblast growth factor 8 with telomerase-immortalized human fetal midbrain astrocytes. These astrocytes substantially potentiated dopaminergic neurogenesis by both WA09 and WA01 HES cells, biasing them to the A9 nigrostriatal phenotype. When transplanted into the neostriata of 6-hydroxydopamine–lesioned parkinsonian rats, the dopaminergic implants yielded a significant, substantial and long-lasting restitution of motor function. However, although rich in donor-derived tyrosine hydroxylase–expressing neurons, the grafts exhibited expanding cores of undifferentiated mitotic neuroepithelial cells, which can be tumorigenic. These results show the utility of recreating the cellular environment of the developing human midbrain while driving dopaminergic neurogenesis from HES cells, and they demonstrate the potential of the resultant cells to mediate substantial functional recovery in a model of Parkinson disease. Yet these data also mandate caution in the clinical application of HES cell–derived grafts, given their potential for phenotypic instability and undifferentiated expansion.