Darwinismo = Theoria perennis, e estamos conversados!

terça-feira, maio 15, 2007

É impressionante a retórica e a argumentação da apologética darwinista. Mais impressionante é o estrabismo darwinista em lidar com as dificuldades fundamentais que a teoria geral da evolução pela seleção natural vem sofrendo desde 1859: o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução [TGE] é um fato científico inconteste corroborado por uma montanha de evidências.

Muito mais impressionante é a afirmação de que não existe nenhum desafio científico à teoria da evolução. E pensar que foram eles mesmos que anunciaram aos quatro cantos que o neodarwinismo estava ‘morto’ (Gould em 1980, Margulis e Provine em 2005), que a ciência precisava de uma nova teoria da evolução (Pigliucci em 2005), que eles estão elaborando a ‘receita’ de uma profunda revisão pós-moderna do neodarwinismo para 2010. Eugenie Scott e Nicholas Matzke vêm nos dizer não haver desafio científico sério à TGE.

Continuo aqui com os textos do meu amigo David Tyler sobre os trabalhos apresentado no Colóquio “À Luz da Evolução” realizado em dezembro de 2006 em Irvine, Califórnia:

Nós devemos “entender que não há desafio científico sério à evolução”

Artigo do Colóquio: À Luz da Evolução

Eugenie Scott e Nicholas Matzke, do National Center for Science Education [Centro Nacional para Educação em Ciência. Nota do blogger: O NCSE não é uma instituição científica, mas uma ONG americana que defende o ensino da evolução sem as devidas críticas científicas], oferecem sua análise sobre como o DI está fazendo “um sério desafio não no mundo da ciência, mas no mundo da política da educação pública.” É um artigo que reelabora a posição do NCSE sem contribuir quaisquer novas idéias para o debate.

Esses autores revelam uma confiança irrestrita de que a teoria evolucionista tem as respostas.

Ela está “repleta de explicações para as estruturas biológicas complexas.” Ela “continua a fazer progresso em explicar tais estruturas fascinantes”. Eles asseguram de que “não existe desafio científico sério à evolução.” Apoiando a teoria estão “princípios evolutivos férteis e unificadores”. Quem desafiar tais realizações eruditas robustas deve ser considerado como falto de credibilidade acadêmica, inevitavelmente com uma agenda política ou religiosa!

Infelizmente o artigo é muito fraco no tratamento da complexidade. Embora os autores reconheçam os termos “complexidade irredutível” e “complexidade especificada”, eles muito rapidamente os descartam em favor de mera “complexidade”. Assim, nós lemos, “a complexidade não um marcador confiável de agência inteligente.” Sim, exatamente − é por isso que os termos complexidade irredutível e informação complexa especificada são necessários! Não se envolver com os argumentos do DI resulta num artigo que erra completamente o alvo.

Os autores fazem uma boa observação quando eles escrevem: “as máquinas biológicas complexas são sempre, sob investigação, descobertas como sendo formadas em conjuntos a partir de módulos pré-existentes com outras funções. Os designs biológicos não são realmente ‘a disposição intencional de peças’, eles são realmente adaptações de peças usadas originalmente para algum outro propósito.” Mas isso é uma afirmação bem forçada! O que encontramos no mundo biológico, na maioria dos casos, é design refinado e não o design de bricolagem do darwinismo. Se nós consistentemente achássemos design formado em conjuntos, a comunidade do DI seria muito menor do que é. Além disso, a biomimética, como uma atividade interdisciplinar de pesquisa crescente não existiria.

Os autores se esforçam bastante para derivar o DI a partir da ciência da criação. Ninguém irá negar que conexões podem ser feitas. Contudo, Scott e Matzke passam por cima do fato que a comunidade do DI é capaz de aprender, de modificar o seu pensamento, de amadurecer a sua abordagem da ciência, da filosofia, e da educação. O que é preciso não é um exercício da inferência ‘culpado por associação’, mas um envolvimento com os seus argumentos. Infelizmente, há muito pouco desse último exercício para aqueles que se derem ao trabalho de ler o artigo.


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Biological design in science classrooms Eugenie C. Scott and Nicholas J. Matzke
Published online before print May 9, 2007 Proceedings of the National Academy of Sciences USA, 10.1073/pnas.0701505104

Although evolutionary biology is replete with explanations for complex biological structures, scientists concerned about evolution education have been forced to confront "intelligent design" (ID), which rejects a natural origin for biological complexity. The content of ID is a subset of the claims made by the older "creation science" movement.

Both creationist views contend that highly complex biological adaptations and even organisms categorically cannot result from natural causes but require a supernatural creative agent. Historically, ID arose from efforts to produce a form of creationism that would be less vulnerable to legal challenges and that would not overtly rely upon biblical literalism. Scientists do not use ID to explain nature, but because it has support from outside the scientific community, ID is nonetheless contributing substantially to a long-standing assault on the integrity of science education.