Uma nova teoria da evolução: será bem-recebida pela Nomenklatura científica?

quarta-feira, julho 18, 2007

Eu já destaquei aqui neste blog que a atual teoria da evolução é, na verdade, um conglomerado de várias idéias evolutivas conflitantes entre si. Eu chamo isso carinhosamente pelo apodo de “smorgasbord” epistêmico. É um verdadeiro “self-service” epistemológico com variedade de pratos heurísticos.

Eis aqui a mais nova teoria da evolução publicada no PNAS de 17 de julho de 2007.

Será bem-recebida pela Nomenklatura científica? Saudada e trombeteada sem ceticismo saudável pela Grande Mídia Tupiniquim? No contexto de justificação teórica, como é que fica a teoria da seleção natural? Saí mais enfraquecida para horror e desespero dos darwinistas “fundamentalistas” [obrigado Gould e Sergio Pena, Deriva Genética – Ciência Hoje], e dos meninos e meninas da galera de Darwin.

A nova teoria de mutação da evolução fenotípica
Masatoshi Nei

Institute of Molecular Evolutionary Genetics and Department of Biology, Pennsylvania State University, 328 Mueller Laboratory, University Park, PA 16802

Editado por Daniel L. Hartl, Harvard University, Cambridge, MA, e aprovado em 13 de junho de 2007 (recebido para revisão em 16 de abril de 2007)

Abstract: [PDF de uns 570 KB]

Estudos recentes de biologia do desenvolvimento têm mostrado que os genes controlando os caracteres fenotípicos expressos no estágio inicial de desenvolvimento são altamente conservados, e que mudanças evolutivas recentes ocorreram principalmente nos caracteres expressos nos estágios posteriores de desenvolvimento. Mesmo os genes que controlam os caracteres finais são geralmente conservados, mas há um grande componente de variação genética neutra ou quase neutra dentro das e entre as espécies proximamente relacionadas. A evolução fenotípica ocorre principalmente pela mutação dos genes que interagem uns com os outros no processo de desenvolvimento. A enorme quantidade de diversidade fenotípica entre os diferentes filos ou classes de organismos é um processo de acumulação de novas mutações, e a sua conservação que facilitou a adaptação a diferentes ambientes. As novas mutações podem ser incorporadas no genoma por seleção natural (eliminação de genótipos preexistentes) ou por processos aleatórios como a deriva genética e genômica. Contudo, assim que as mutações incorporadas no genoma, elas podem gerar impedimentos de desenvolvimento que afetarão a direção [SIC ULTRA PLUS 1] futura da evolução fenotípica. Parece que a força motriz da evolução fenotípica é a mutação, e a seleção natural é de importância secundária [SIC ULTRA PLUS 2].

Publicado online antes da impressão em 17 de julho de 2007
Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 10.1073/pnas.0703349104

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Ué, e eu pensei que o neodarwinismo já tivesse explicado tudo que nós gostaríamos de saber da idéia do homem que revolucionou o mundo: a teoria da seleção natural de Darwin. É o espectro de Kimura rondando o espectro de Darwin...