Contrariando a Darwin, a Nomenklatura científica pede ajuda ao Vaticano para estabelecer o “fato, Fato, FATO da evolução”

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Porpetta, mano, por mais essa Darwin não esperava. Ele, que era agnóstico, deve ter bufado de raiva ao ser enterrado na Abadia de Westminster [pedido feito pela Nomenklatura científica da época], próximo ao túmulo de Newton. Darwin disse que se a sua teoria precisasse de ajuda externa, isso seria “rubbish”: tolice, disparate, coisa sem valor. Muito mais bufando de raiva ele deve estar agora ao saber que a Nomenklatura científica atual vai ao Vaticano pedir ajuda para estabelecer o “fato, Fato, FATO da evolução”: uma conferência na Pontifícia Universidade Gregoriana. Uma conferência a la NOMA [Non-overlapping magisterium] de Gould: cada macaco no seu galho. Mas o moto da PUG é: “Religioni et Bonis Artibus”, algo como “Pela religião e a boa cultura”.

Nós do Design Inteligente, como sempre, sequer fomos convidados para esta “festa” para dar razão da nossa teoria. E vamos ser torpedeados lá. Sem dó, nem piedade epistêmicas! Também, quem mandou vocês atacarem Darwin-ídolo? Pessoal do DI, acorda, pô: Darwin locuta, causa finita!!!

O bom desta conferência, é que o status epistêmico do neodarwinismo vai ser finalmente discutido por grandes nomes da ciência. QED: há sim uma crise paradigmática em biologia evolutiva que os darwinistas fundamentalistas sempre negaram de pés juntos! Eu queria ver a cara de alguns jornalistas científicos. Especialmente a do Claudio Ângelo, da Folha de São Paulo.

A ciência e a mentira não podem andar de mãos dadas! O neodarwinismo vai cair como paradigma evolutivo. Duela a quien duela! Quem viver, verá!!!



PUG EVOLUÇÃO: FATOS e TEORIAS
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
ROMA, 3-7 de MARÇO de 2009

O Problema da Evolução

Uma conferência internacional sobre as teorias da evolução

Estes últimos anos têm visto o crescimento de diversos intensos, e às vezes acalorados, debates sobre a evolução que envolveu cientistas, filósofos e teólogos. As repercussões desses debates têm sido ouvidas em diversas ocasiões na grande mídia e têm envolvido o público também. Freqüentemente pareceu que os debates foram a expressão de verdadeiras posições ideológicas: de um lado, o evolucionismo metafísico anti-religioso; do outro lado as concepções fundamentalistas que destacaram um “criacionismo” mal compreendido ou o tão-chamado “Design Inteligente”.

Neste sentido, é necessário relembrar o discurso importante de João Paulo II, proferido em 22 de outubro de 1996, aos membros da Academia Pontifícia de Ciências, na Assembléia Plenária, com respeito às teorias da evolução. O discurso foi baseado na legítima autonomia da ciência, proclamada pela constituição “Gaudium et Spes” do Concílio Vaticano II (cf. n. 36). Bento XVI, no seu discurso para a Academia Pontifícia de Ciências, de 6 de novembro de 2006, ponderou profundamente aquela última questão, salientando o papel específico da filosofia e da teologia nesta matéria.

Nós trazemos à mente as palavras do Cardeal Paul Poupard, em uma de suas entrevistas na qual ele comentou sobre o discurso de João Paulo II de 22 de outubro de 1996. Ele [o papa] fez distinção entre a teoria da evolução e o evolucionismo ideológico. Na verdade, a primeiro é muito mais complexa e articulada do que as facções acima gostariam de admitir.

Hoje, graças a recentes descobertas, nós podemos reconsiderar o problema da evolução com uma perspectiva muito mais ampla em comparação ao tradicional neodarwinismo. Em particular, nós nos referimos ao papel dos mecanismos epigenéticos na evolução bem como aos novos desenvolvimentos produzidos pela teoria da complexidade e pelo estudo da incidência no ambiente das espécies vivas, especialmente no que diz respeito ao valor e à significância do comportamento inteligente. Neste contexto, que testemunha o entrelaçamento de diversas áreas do conhecimento, uma consideração apropriada se faz mais do que necessária.

Por esta razão, a Pontifícia Universidade Gregoriana, com o apoio do Conselho Pontífice para a Cultura. E dentro do Projeto STOQ (Ciência, teologia e a questão ontológica), organizará de 3 a 7 de março de 2009, uma conferência internacional sobre as teorias da evolução. A conferência está organizada em seções que irão apresentar primeiro aqueles fatos que são conhecidos, depois expandirão sobre as teorias científicas que tentam explicar os mecanismo evolutivos, sobre a humanização, sobre as questões filosóficas, e finalmente sobre as questões teológicas sobre a Evolução.

A conferência é apoiada, em parceria com a Fondazione Blaise Pascal, pela Associazione Scienza e Fede, que objetiva promover, em nível universitário, a interação na distinção entre as ciências positivas, a filosofia e a teologia, contribuindo dessa maneira para um verdadeiro diálogo entre a Ciência e a Fé.

A conferência será realizada na 'Aula Magna' (Principal sala) da Pontifícia Universidade Gregoriana, Piazza della Pilotta 4, 00187 Roma. As primeiras cinco sessões, as científicas, serão feitas em inglês. As últimas quatro, as filosóficas e teológicas, serão feitas ou em inglês ou italiano, com tradução simultânea disponível.

Contato para informação: evolution@unigre.it


Argumento

Nós percebemos que as condições para se alcançar um diálogo verdadeiro e adequado sobre estas questões complexas e controversas são muito simples, mas imperativas. A condição fundamental é fazer uma nítida distinção na área de estudo, porque a confusão ideológica torna impossível criar um diálogo e gera somente controvérsia pseudocientífica desinteressante.

Para analisar em primeiro lugar, em perfeita autonomia de qualquer outra consideração, é o papel das ciências. Neste primeiro nível nós devemos estudar cuidadosamente todos os dados disponíveis em paleontologia, biosistemática, biologia molecular, que fornecem evidência cada vez mais crescente a favor da evolução das espécies.

Numa segunda fase nós devemos focalizar no estudo de várias teorias científicas que objetivam explicar tal evento. Historicamente, a primeira teoria foi o transformismo de Lamarck; embora diversos elementos de sua teoria foram ultrapassados, nós não podemos desconsiderar o papel fundamental deste precursor. A teoria da seleção natural de Charles Darwin vem em seguida, uma teoria que verá o seu 150 anos de aniversário em 2009. A teoria de Darwin é a pedra fundamental da atual teoria sintética da evolução, ou “neodarwinismo” com as adições das leis de genética de Mendel, e a teoria da mutação de Hugo de Vries.

Esta base de conhecimento importante deve ser estudada cientificamente, integrando os numerosos desenvolvimentos em várias áreas de pesquisa. Esta discussão deve seguir um curso racional com o objetivo de definir com a maior exatidão aqueles elementos que são explicados por este teoria e aqueles elementos que a teoria ainda não consegue explicar, fazendo uma confrontação serena com outras tentativas, se alguma, para explicar os mecanismos da evolução. Mantendo uma perspectiva puramente científica, o estudo da origem do homem se seguirá, usando os fatos que são conhecidos como ponto de partida.

Neste ponto é necessário considerar a teoria neodarwinista como ela é, uma teoria científica que evolui continuamente, tentando integrar um crescente número de elementos. Como qualquer outra teoria científica, ela deve ser colocada sob o escrutínio e deve ser discutida. Por esta razão, ela não deve ser considerada nem como uma verdade definitiva, que a transformaria numa ideologia — o oposto da ciência — nem no outro lado do espectro, como sendo contraditória à verdade religiosa, por exemplo. No entanto, é permitido discutir as pressuposições metodológicas possíveis, tais como o mecanicismo ou o reducionismo radical, que possa ter contaminado tal teoria numa maneira filosófica em vez de uma maneira científica.

Por esta razão, o segundo aspecto para se considerar cuidadosamente, separando-se nitidamente da área das ciências positivas, é a reflexão filosófica; isto será abordado tanto num nível epistemológico — para compreender qual é o status epistemológico do neodarwinismo, por exemplo — e no nível da filosofia da natureza, utilizando uma abordagem crítica, a fim de considerar adequadamente as numerosas implicações filosóficas na evolução das espécies em geral, e na teoria sintética em particular.

Somente uma reflexão filosófica apropriada pode articular, sem confundir, as ciências de um lado, e a fé e a teologia do outro. A reflexão filosófica sobre a evolução deve ocorrer logicamente antes da consideração teológica de várias teorias que tentam explicá-la. Dentro da área da teologia cristã, o ponto de partida mais lógico é uma exegese adequada dos textos bíblicos que abordam a Criação, começando com os dois primeiros capítulos do livro de Gênesis. A distinção de gêneros literários permanece uma das maiores lições a serem tiradas de Galileu.

Desta maneira, nós evitamos qualquer discussão entre criação e evolução, bem como as controvérsias levantadas, por exemplo, pelo “Design Inteligente”, como se existisse uma teoria científica alternativa ao neodarwinismo. Um cristão pode acreditar no design providencial de Deus na Criação, sem transformá-lo numa “teoria científica” que compete com outra teoria: essas [questões] são níveis diferentes de interpretação. Todavia, isto exige que nenhuma teoria científica seja colocada com a explicação última da realidade, o que a reduziria em ser pseudometafísica, ou uma pseudo-religião — de qualquer modo, o oposto de ciência.

Programa da Conferência

Sob os auspícios do Conselho Pontifício para a Cultura, Pontifícia Universidade Gregoriana, de 3 a 7 de março de 2009

Conferência Internacional sobre Evolução: Fatos e Teorias

Comitê organizador: Marilena Amerise, Valeria Ascheri, Gennaro Auletta, Angela-Patrizia Calvaruso, Paolo D’Ambrosio, Saverio Forestiero, Ludovico Galleni, Marc Leclerc, Rafael Martinez, Gerald McKenny, Rafael Pascual, Pietro Ramellini, Massimo Stanzione.

Comitê executivo: Marc Leclerc sj, Gennaro Auletta, Angela-Patrizia Calvaruso, Marilena Amerise.

Apoio financeiro de John Templeton Foundation e da Associazione Scienza e Fede.

Principais questões a serem abordadas

Terça-feira, 3 de março

Primeira sessão: Fatos que nós conhecemos (9 am – 1:30 pm)

Evidências paleontológicas; Evidências biomoleculares; Questões taxonômicas

Segunda sessão: Mecanismos evolucionários I (3 – 7:30 pm)

História das teorias da evolução; Teoria padrão; Simbiose; Problema de especiação


Quarta-feira, 4 de março

Terceira sessão: Mecanismos evolucionários II (9 am – 1:30 pm)

Evo-Devo; Complexidade e a evolução; Evolução e ambiente

Quarta sessão: A origem do Homem (3 – 7:30 pm)

História da pesquisa; Abordagem molecular; Abordagem paleontológica; Abordagem primatológica

Quinta-feira, 5 de março

Quinta sessão: Algumas questões antropológicas sobre a evolução (9 am – 1:30 pm)

Algumas tentativas paleontológicas em definir a humanidade;
O conceito de evolução como aplicado ao desenvolvimento das culturas humanas;
A visão antropológica de Teilhard de Chardin [1];
Algumas considerações filosóficas sobre a emergência humana e a en-culturação

Sexta sessão: Aspectos filosóficos da evolução I (3 – 7:30 pm)

Introdução filosófica; Problemas epistemológicos das teorias da evolução; Filosofia e Biologia


Sexta-feira, 6 de março

Sétima sessão: Aspectos filosóficos da evolução II (9 am – 1:30 pm)

Sentido metafísico da criação e evolução; Ética e Biologia; Questões filosóficas da teoria da evolução; Background histórico do “Design Inteligente”

Oitava sessão: Aspectos teológicos da evolução I (3 – 7:30 pm)

O tema da Criação no Velho Testamento; Teologia e as teorias de evolução; Uma prospectiva teológica sobre o “Criacionismo” e o “Design Inteligente”; A visão teológica da evolução por Teilhard de Chardin [1]

Sábado, 7 de março

Nona sessão: Aspectos teológicos da evolução II (3 – 7:30 pm)

Emergência e finalismo; A recepção da Igreja [Católica] das teorias evolucionárias; Debate teológico sobre a evolução; Conclusões gerais

Palestrantes, entre outros:

Werner Arber; Jacques Arnauld; Francisco Ayala; Gianfranco Biondi; Georges Chantraine; Yves Coppens; Card. Georges Cottier; Anne d'Ambricourt; Robin Dunbar; Jeffrey L. Feder; Douglas J. Futuyma; Ludovico Galleni; Jean Gayon; Scott Gilbert; Stuart Kauffman; Dominique Lambert; Jean-Michel Maldamé; Giorgio Manzi; Lynn Margulis; Rafael Martinez; Juergen Mittelstrass; Conway Morris; Ronald Numbers; Olga Rickards; Robert Russell; Elliott Sober; Massimo Stanzione; Bill Stoeger; Bob Ulanowicz; André Wénin; David S. Wilson; and others.

NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:

Será que nesta conferência na Pontifícia Universidade Gregoriana será considerado o fato que a obra de Chardin foi denunciada pela Igreja em 1962 como “ambígua” e cheia de “erros gravíssimos” que “ofendem a doutrina católica”? Eles devem abordar sim, pois esta posição foi reiterada e reafirmada em anúncio feito em 1981 pela Santa Sé.