Phil Skell, da National Academy of Science, ‘falou e disse’: a teoria da evolução é pior do que inútil

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

24 de fevereiro de 2009

Phil Skell escrevendo para a revista Forbes diz que a Teoria da Evolução é pior do que inútil

por DaveScot

Nada mais para acrescentar, pois eu concordo inteiramente com Skell. Eu destaco que os comentários que se seguiram ao artigo da Forbes fracassam em incluir qualquer disputa substantiva – apenas o costumeiro ad hominem e o acenar de mãos.

Os perigos de louvar demais a evolução

Philip S. Skell, 02.23.09, 01:47 PM EST

Focalizar em Darwin e na sua teoria não avança o progresso científico.

Semana passada, Jerry Coyne, biólogo da Universidade de Chicago criticou a revista Forbes (Vide “Why Evolution Is True” [Por que a evolução é verdade]) pela inclusão de opiniões de céticos da teoria da evolução de Charles Darwin no seu fórum sobre os 200 anos de seu aniversário. Como membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos], eu discordo do Professor Coyne. [1]

Eu não penso que a ciência tem algo a temer de uma livre troca de idéias entre proponentes sérios de opiniões diferentes. Além disso, há muitos de nós na comunidade científica que, embora nós apreciemos as contribuições de Darwin, pensamos que a abordagem retórica de cientistas como Coyne, desnecessariamente polariza as discussões públicas e − ainda mais seriamente − exagera tanto na evidência a favor da teoria da biologia histórica de Darwin e os benefícios da teoria de Darwin para a prática efetiva da ciência experimental.

Coyne parece acreditar que a principal importância da ciência biológica são as suas especulações sobre questões que não podem ser observadas, testadas e verificadas, como a origem da vida, a especiação, as essências de nossos ancestrais fossilizados, as causas definitivas de suas mudanças, etc.

A biologia experimental tem aumentado dramaticamente nosso entendimento das operações complexas dentro dos organismos vivos que explicam a sua sobrevivência, mostrando como eles continuam a funcionar a despeito da miríade de agressões de seus ambientes contra eles. Esses avanços em conhecimento são atribuíveis ao desenvolvimento de novas metodologias e instrumentos, inimagináveis nos séculos anteriores, aplicados à investigação de organismos vivos.

Ao contrário das crenças do Professor Coyne e de alguns outros defensores de Darwin, esses avanços não são devidos aos estudos dos ancestrais de um organismo que são recuperados de depósitos fossilíferos. Aqueles artefatos raros – que tem sido preservados como fósseis – são impressões nas rochas que, mesmo quando examinados com os esforços heróicos dos paleontólogos, não podem revelar os detalhes que fizeram funcionar esses magníficos organismos vivos.

Combinar os estudos científicos contemporâneos de organismos existentes com aqueles que dos paleontólogos serve principalmente para desorientar o público e os professores dos jovens. Um exame dos artigos do principal journal da National Academy of Sciences [NAS], The Proceedings of the National Academy of Sciences(PNAS), bem como muitos outros journals, e os Prêmios Nobel para descobertas biológicas, apóiam a distinção crucial que eu estou fazendo.

Examinando os principais avanços em conhecimento biológico, uma pessoa fracassará em achar qualquer conexão verdadeira entre a biologia histórica e os designs experimentais que tem sido produzido na cornucópia de conhecimento de quão grande variedade de organismos vivos realizam suas funções. É o nosso conhecimento de como esses organismos funcionam realmente, e não especulações sobre como eles possam ter surgido há milhões de anos atrás, é que são essenciais para os médicos, veterinários, fazendeiros e outros que praticam a ciência biológica.

É amplamente aceito que o crescimento da ciência e da tecnologia no Ocidente, que é responsável pelos avanços extraordinários que hoje nós desfrutamos na medicina, agricultura, viagem, comunicações, etc., coincidiram com a separação, vários séculos atrás, das ciências experimentais do domínio de outras áreas importantes de filosofia, metafísica, teologia e história.

Ainda assim, muitos popularizadores da teoria de Darwin agora afirmam que sem o estudo da história biológica antiga, nossos estudantes não serão preparados para se envolverem na grande variedade de atividades experimentais modernas que se esperam deles. O público deveria ver com profundo alarme esta reintrodução desnecessária e desorientadora de idéias históricas especulativas, filosóficas e religiosas dentro dos domínios da ciência experimental.

É mais crucial considerar a história nas áreas de astrofísica e geologia do que em biologia. Por exemplo, as radiações eletromagnéticas que chegam aos nossos detectores nos informam de eventos contínuos que ocorreram há bilhões de anos atrás em partes distantes de nosso universo que viajaram todo este tempo até nos alcançarem. E as formações rochosas que dizem respeito aos geólogos tem permanecido grandemente intocadas desde suas formações.

Mas os fósseis falham em nos informar da natureza de nossos antigos antecedentes — porque eles foram transformados em pedras que nos dão somente uma minúscula impressão, mas frequentemente enganadora, de suas essências anteriores, e assim são bastante irrelevantes para as experiências da biologia moderna com os seres vivos.
Por exemplo, nós não podemos confiar nas ruminações sobre o registro fóssil para nos conduzir a uma predição da evolução do ambiente do vírus da gripe de modo que nós podemos preparar hoje a vacina para a cepa mais virulenta do próximo ano. Isso seria como depender nosso conhecimento na economia hitita antiga para entender a economia do século 21.

Em 1942, Ernst Chain, laureado com o prêmio Nobel, escreveu que a sua descoberta da penicilina (com Howard Florey e Alexander Fleming) e o desenvolvimento da resistência bacteriana àquele antibiótico em nada deveu às teorias evolucionárias de Darwin e Alfred Russel Wallace.

O mesmo pode ser dito sobre uma variedade de outras descobertas do século r 20: a descoberta da dupla hélice [do DNA]; a caracterização do ribossomo; o mapeamento do genoma; pesquisas sobre remédios e as reações às drogas; as melhoras na produção de alimentos e saúde pública; novas cirurgias; e outros desenvolvimentos.

Além disso, eu tenho inquirido biólogos que trabalham em áreas onde alguém poderia ter pensado que o paradigma darwinista poderia conduzir a pesquisa, como a emergência da resistência a antibióticos e pesticidas. Aqui, como em outras áreas, eu aprendi que a teoria da evolução não fornece direção nenhuma no que diz respeito à escolha do design das experiências. Antes, após as descobertas de ponta, a teoria da evolução é trazida como verniz narrativo.

A essência da teoria da evolução é a hipótese de que a diversidade histórica é a consequência da seleção natural agindo sobre as variações. Independente da verdade que tem para explicar a história da vida, ela não oferece nenhuma ajuda ao experimentador — que está preocupado, por exemplo, com o objetivo de encontrar ou sintetizar um novo antibiótico, ou como que isso pode tornar inócuo um organismo produtor de doença, quais dosagens são necessárias, e quais indivíduos não irão tolerá-las. Estudar a história da vida é, na melhor das hipóteses, um entretenimento distraindo dos objetivos de um biólogo em atividade [laboratorial].

É digno de nota que as teorias de evolução de Darwin e Wallace tem sido bastante elogiadas desde os anos 1850s. Através dos escritos dos biólogos neodarwinistas, eles incluíram muitas das descobertas de experiências biológicas do século 20. Isso é assim, apesar do fato dessas descobertas não terem sido preditas e nem terem sido heuristicamente guiadas pela teoria da evolução.

O exagero da louvação da teoria da evolução, por causa da incorporação dessas últimas descobertas, pode ter prestado um desserviço para os dois cientistas do século 19 e para a biologia moderna.

A diferença entre os avanços dos conhecimentos da química e da biologia do século 20, e a atmosfera contenciosa que prevalece atualmente só na biologia merece destaque.
Os químicos tem dependido muito das fontes geológicas, das quais eles isolaram as centenas ou mais de elementos da tábua periódica, e subsequentemente planejaram uma grande variedade de esquemas para sintetizar milhões de novas disposições complexas desses elementos, dando ao público remédios, fertilizantes, plásticos, etc., de grande utilidade.

Os biólogos, por outro lado, reconheceram que as fontes naturais que estudam são os organismos vivos, cada um deles um indivíduo único, cada um consistindo de combinações moleculares extraordinariamente complexas em configurações que conduzem a um funcionamento e reprodução coerentes. Não existem dois genomas idênticos no biocosmo. Bem, os biólogos modernos conduzem pesquisas experimentais que começaram a revelar os detalhes de como os organismos vivos funcionam e se reproduzem.

É inconveniente e cientificamente infrutífero que o principal foco em biologia tenha virado uma guerra — entre aqueles que defendem que a história desses organismos únicos é puramente uma questão de agregação ao acaso do mundo inorgânico e aqueles que defendem que a agregação deve ter sido planejada com um propósito.

Certamente que não é uma questão que deve ou pode ser resolvida dentro da área da biologia experimental. Acima de tudo, declamar ortodoxia para qualquer uma dessas proposições promove a incivilidade e tira energia e recursos do verdadeiro objetivo — avanços na ciência biológica experimental. Estas pesquisas, se não forem solapadas, indicam que mais avanços de grande utilidade podem ser esperados durante século 21.

Philip S. Skell é Professor de Química emérito, cadeira Evan Pugh, na Universidade Estadual da Pensilvânia e membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos].

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NOTA DO BLOGGER:

Este artigo é publicado em homenagem aos cientistas que trabalham no Instituto FIOCRUZ, não somente em reconhecimento do trabalho científico realizado, mas também pelas muitas visitas a este blog.