Humor darwinista que cientista não é de ferro

segunda-feira, julho 20, 2009

Eu vou sair um pouco do editorial deste blog, para chamar atenção de um blog de humor sobre Darwin: Humor Darwinista, de Iba Mendes (não o conheço pessoalmente, mas de antemão aviso que não faz parte do Núcleo Brasileiro de Design Inteligente).

Como acredito piamente que o humor é uma forma séria de dizer que o rei está nú e que há algo de podre na Nomenklatura científica, faço aqui a propaganda deste site.

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E agora, Darwin?


Um pouco de humor, porque hoje é sexta, e ninguém é de ferro!

Bom. Completou-se ontem 200 anos do nascimento de Charles Darwin. A imprensa comemorou esta data com honras e pompas. Foi uma verdadeira festa. E, eu, obviamente não iria perder a rara oportunidade de também expressar minha congratulação ao naturalista inglês que revoluciou a história da ficção universal, o qual, com sua exímia habilidade literária colocou no chinelo autores consagrados como os famosos irmãos Grimm.

Minha "homenagem", embora fora do prazo de validade, vem em forma de paródia, de um conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade: "José", substituído burlescamente por Darwin numa metáfora sem a mínima graça e, o pior: numa sexta-feira 13.

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Drummond, primeiro, é óbvio:


JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,

seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?


E, agora, a paródia pleonasticamente burlesca:


DARWIN

E agora, Darwin?
A festa acabou,
O brilho apagou,
Os fósseis sumiram,
A lacuna voltou,
e agora, Darwin?
e agora, você?
você que fez nome
com méritos dos outros,
você que fez turismo,
criou pombos insetos,
e agora, Darwin?

Está sem crédito,
está sem discurso,
está sem caminho,
já não pode crescer,
já não pode criar,
descobrir já não pode,
a lacuna voltou,
o fóssil não veio,
o sonho não veio,
a macro não veio,
não veio a utopia,
e tudo acabou,
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, Darwin?

E agora, Darwin?
Sua falsa palavra,
seu instante de delírio,
sua fama e honra,
sua seleção natural,
seu elo perdido,

seu telhado de vidro, sua incoerência,
seu racismo – e agora?

Com muita fantasia
quer explicar o acaso,
não existe acaso;
quer recriar a vida,
mas a vida é complexa;
quer ir para Texas,
Texas não o quer mais.
Darwin, e agora?

Se você inventasse,
se você criasse,
se você falseasse
a ciência de Popper,
se você descobrisse,
se você despertasse,
se você acordasse...
Mas você não acorda,
você é contraditório, Darwin!

Idolatrado na imprensa,
qual autor de Hollywood,
sem citologia,
sem sistema imunológico,
para se defender,
sem o flagelo bacteriano
que mostre o gradualismo,
você evolue, Darwin!
Darwin, de que forma?


É isso!
POSTADO POR IBA MENDES ÀS 16:09

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Tirando o chapéu para Ivanete Vieira de Sena, uma leitora assídua do meu blog, que também não conheço pessoalmente.