Esculpindo com a luz

sexta-feira, novembro 27, 2009

Esculpindo com a luz

Técnica permite criar micro e nanoestruturas poliméricas de geometria complexa

Yuri Vasconcelos

Edição Impressa 165 - Novembro 2009

Pesquisa FAPESP - A utilização do laser na medicina, nas cirurgias de olhos, por exemplo, e nas telecomunicações, no interior das fibras ópticas, já é bem conhecida. Mas os vários tipos de laser ainda podem ser mais explorados em outras atividades. Atualmente o que se busca na pesquisa científica e tecnológica com esses feixes concentrados de luz é o uso mais ampliado nas escalas de tamanho em micrômetros e nanômetros. Nesse sentido, um passo importante foi dado por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP). Em parceria com um grupo de pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, eles dominaram a técnica óptica que utiliza pulsos ultracurtos de luz laser para fabricar estruturas poliméricas tridimensionais e de geometria complexa que não se podem ver a olho nu. O domínio desse novo processo permitirá, no futuro, a fabricação de dispositivos miniaturizados para circuitos elétricos, microcápsulas para entrega controlada de medicamentos, microagulhas de uso médico, memórias ópticas de dimensões micro ou nanométricas, microplataformas para crescimento de tecidos biológicos, microguias de onda em aparelhos de telecomunicações e minúsculos elementos para sistemas de processamento de informações, como os ainda inéditos computadores ópticos.


Laboratório no IFSC: estruturas diminutas para uso na eletrônica e na medicina
© IFSC/USP

Denominada de fotopolimerização por absorção de dois fótons, a técnica é muito recente e foi proposta em 1997 pelo pesquisador japonês Satoshi Kawata, professor especializado em nanotecnologia da Universidade de Osaka. Apenas em 2001, com a publicação de um artigo na revista Nature pelo grupo de Kawata, ela ganhou projeção nos meios científicos internacionais. Atual mente, poucos grupos de pesquisa no mundo, notadamente no Japão, Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Sul, conseguem reproduzi-la, incluindo agora o Brasil com o grupo de São Carlos.
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