O consenso científico provoca sonolência

sexta-feira, junho 11, 2010

Por David Tyler 09/06/2010

Hoje, parece haver muitos interesses velados no consenso científico. As universidades e as associações de ciência frequentemente fazem uso do conceito quando explicando a importância da ciência na sociedade e no fazer de pronumciamentos sobres questões de significância pública. O consenso é relevante para as agências de fomento, que direcionam seus aportes financeiros na ciência que parece estar construindo sobre uma base de conhecimento existente. Ele é um fator no processo de revisão por pares, pois é muito difícil conseguir que ideias não ortodoxas passem pelos processoa de revisão por pares das publicações científicas. Ele influência a mídia: quem é considerado um 'especialista' e quem não deve ganhar exposição por causa de suas ideias nã ortodoxas. Quão agradável, então, descobrir o Royal Institute of Philosophy [Instituto Real de Filosofia] oferecendo palavras de cautela em um editorial:

"Um dos aspectos mais surpreendentes da filosofia da ciência de Karl Popper, ]e a sua insistência que o consenso científico induz ao sono, intelectualmente falando. Na verdade, ele não disse bem assim. O que ele destacou foi que a teoria científica mais exitosa já planejada, se mostrou falsa, muito embora tenha sido tratada como cientificamente praticamente inquestionável por quase dois séculos. Popper estava pensando na teoria de Newton, cuja refutação (como Popper a considerou) em 1917 foi um momento importante em sua própria vida intelectual." [1]

Consensus

Ainda mais bem vindos são os dois exemplos selecionados do consenso científico dos dias modernos: "os críticos da teoria da evolução e da realidade da mudança climática". Embora tenha sido garantido ao público repetidamente que a "ciência já está resolvida" sobre estas questões, os guardiães destas posições de consenso não ficarão agradados por estas palavras cautelosas, nem pelo juízo oferecido de que as críticas "não são todas ou totalmente sem peso".

"Hoje, a lição de Popper é pouco considderada. Os críticos da teoria da evolução e da realidade da mudança climática não se envolvem em debates como são difamados, excluídos e marginalizados nos círculos científicos educados e até em círculos políticos. É o que alguém poderia esperar de um instituição muito poderosa, como a Igreja medieval, mas não talvez de uma que é ostensivamente comprometida com a racionalidade crítica e a busca da falsificação. As críticas que são feitas da teoria de evolução e da mudança climática, como estas coisas são atualmente e consensualmente entendidas, elas não são inteiramente sem peso." [2]

Parece que os filósofos não estão fazendo juízo da ciência, mas da qualidade do debate. Existem questões reais a serem discutidas — os filósofos podem reconhecer isso. Além disso, eles não estão impressionados pela maneira como que os defensores do consenso científico estão tratando os críticos: com argumentos ad hominem, argumentos homem de palha, muitas desculpas esfarrapadas, subterfúgios e até a recusa de se envolver com as questões verdadeiras. Até dizendo que se houver um debate adequado isso pode ser perigosos:

"Nós esperamos que dizendo isto não traga um monte de oróbrio sobre nossas cabeças. Mas, mesmo que as críticas sejam improcedentes, aqueles que levam Popper a sério podem ainda, ocasionalmente, pegar um cheiro leve de rato falsificador por detrás do consenso pintado e perfumado." [3]

Um exemplo recente da falta de debate verdadeiro pode ser encontrado na recepção do livro What Darwin Got Wrong de Jerry Fodor e Massimo Piattelli-Palmarini. Eis aqui Douglas Futuyma na Science (7 Maio de 2010) numa resenha intitulada: “Two critics without a clue” [Dois críticos sem nenhuma pista]:

"Fodor e Piattelli-Palmarini mostram pouca familiaridade com a vasta literatura da variação genética, análises experimentais da seleção natural, ou outros tópicos sobre os quais eles expuseram filosoficamente. Eles são jubilosamente agnósticos sobre as causas da evolução e aparentemente desinteressados em qualquer program de pesquisa. Porque eles são proeminentes em suas áreas, alguns leitores podem imaginar que eles são autoridades em evolução que escreveram um livro profundo e importante. Eles não são, e não é um livro profundo." [4]

Outro exemplo é a predição da funcionalidade do DNA lixo, e do estabelecimento da defesa do DNA lixo pelos darwinistas. Um relato interessante sobre algumas interações é de Jonathan Wells. Isto encerra o artigo:

“Se alguém não levar em conta a asquerosidade, é claro que há questões interessantes neste debate. Conceitualmente, o que significa dizer que um segmento do DNA tem função? Empiricamente, o que mostra a evidência? Alguém deve pensar que os professores Matheson, Hunt e Moran abordariam a questão conceitual calmamente, racionalmente, e colegialmente. Mas eles não abordaram; em vez disso, eles se rebaixaram na descaracterização e ridicularização. E alguém pode pensar que eles abordariam a questão empírica citando evidência científica publicada. Mas eles não fizeram; em vez disso, eles simplesmente se proclamaram as únicas autoridades no assunto." [5]

O que nós estamos assistindo é uma ciência deformada. Em vez de defender o empiricism e o teste de hipóteses, os cientistas do consenso terminam apelando para a autoridade e consideram levemente a evidência. Eles estão cometendo os mesmos erros como a Igreja Medieval.

Editorial: Scientific Consensus 

Editorial 

NOTAS

1. "One of the most striking aspects of Karl Popper's philosophy of science is his insistence that scientific consensus is sleep inducing, intellectually speaking. He did not actually put it quite like that. What he pointed out was that the most successful scientific theory ever devised turned out to be false, even though it had been treated as scientifically practically unquestionable for nigh on two centuries. Popper was thinking of Newton's theory, whose refutation (as Popper saw it) in 1917 was a key moment in his own intellectual life."

2. "Popper's lesson is little heeded to-day. Critics of the theory of evolution and of the reality of climate change are not so much argued with as vilified, excluded and marginalised in polite scientific and even political circles. It is what one might expect from a very powerful institution, like the medieval Church, but not perhaps from one ostensibly committed to critical rationality and the pursuit of falsification. The criticisms which are made of the theory of evolution and of climate change, as these things are currently and consensually understood, are not all or entirely without weight."

3. "We hope that saying that will not bring a heap of opprobrium on our heads. But even if the criticisms were off the wall, those who take Popper seriously may still occasionally catch a whiff of the falsifying rat behind the painted and perfumed consensus."

4. "Fodor and Piattelli-Palmarini show little familiarity with the vast literature on genetic variation, experimental analyses of natural selection, or other topics on which they philosophically expound. They are blithely agnostic about the causes of evolution and apparently uninterested in fostering any program of research. Because they are prominent in their own fields, some readers may suppose that they are authorities on evolution who have written a profound and important book. They aren't, and it isn't."

5. "If one overlooks the nastiness, it is clear that there are some interesting issues in this debate. Conceptually, what does it mean to say that a segment of DNA has function? Empirically, what does the evidence show? One might think that professors Matheson, Hunt and Moran would address the conceptual issue calmly, rationally, and collegially. But they don't; instead, they stoop to misrepresentation and ridicule. And one might think that they would address the empirical issue by citing published scientific evidence. But they don't; instead, they simply proclaim themselves the only authorities on the subject."

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