Riscos genéticos para câncer

segunda-feira, setembro 20, 2010

20/9/2010

Agência FAPESP – Três estudos independentes publicados neste domingo (19/9), na revista Nature Genetics, destacam a descoberta de variantes genéticas associadas a cânceres de mama e de ovário.

Sabe-se que tanto o câncer de mama como o de ovário têm fatores de risco em comum e os novos estudos identificaram que os dois tipos de tumores também compartilham uma mesma região genética de suscetibilidade ao desenvolvimento de tumores.




Estudos publicados no domingo (19/9) na Nature Geneticsidentificam variantes genéticas associadas a cânceres de mama e de ovário (reprodução)

Simon Gayther, da University College London, no Reino Unido, e colegas realizaram um estudo de associação genômica ampla para o câncer de ovário. Foram reunidos 10.283 casos dos quatro principais subtipos histológicos e os cientistas identificaram duas novas regiões genômicas associadas com a doença.

No segundo estudo, o grupo de Paul Pharoah, da Universidade de Cambrigde, também no Reino Unido, realizou outra associação genômica ampla para o câncer de ovário em 8.951 casos. Os cientistas identificaram variantes em uma região genômica específica no cromossomo 19 que está associada com a doença.

Segundo a pesquisa, a região está próxima ao gene conhecido como MERIT40, que interage com outro gene, o BRCA1. Mutações nesse segundo gene são conhecidas como fatores de risco tanto para o câncer de ovário como para o de mama.

Fatores genéticos que poderiam modificar esses fatores de risco foram buscados no terceiro estudo, por Fergus Couch, da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, e colegas. Os cientistas fizeram uma associação genômica para o câncer de mama em 1.193 pacientes que tinham tanto a mutação no gene BRCA1 como câncer e em outras 1.190 pessoas que tinham a variante genética, mas permaneciam sem tumores.

O grupo verificou a associação de uma região genômica específica no cromossomo 19 com o câncer de mama nas mulheres com maior risco (as que tinham a mutação).

Segundo eles, a região no genoma é a mesma que o grupo de Pharoah descobriu estar associada com o câncer de ovário. Apesar da importância da descoberta, o grupo ressalta que mais pesquisas são necessárias para que se conheça melhor as funções dessas regiões cromossômicas envolvidas com a suscetibilidade a tumores.

Os artigos A genome-wide association study identifies susceptibility loci for ovarian cancer at 2q31 and 8q24(doi:10.1038/ng.668), Common variants at 19p13 are associated with susceptibility to ovarian cancer(doi:10.1038/ng.666) e A locus on 19p13 modifies risk of breast cancer in BRCA1 mutation carriers and is associated with hormone receptor–negative breast cancer in the general population (doi:10.1038/ng.669) podem ser lidos por assinantes da Nature Genetics em www.nature.com/naturegenetics.

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Professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas com acesso ao site CAPES/Periódicos podem ler gratuitamente estes artigos da Nature Genetics e de mais 22.440 publicações científicas.

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NOTA CAUSTICANTE DESTE BLOGGER:

As mutações são ocorrências genéticas fascinantes: elas tanto são responsáveis pela origem e evolução da diversidade e complexidade das formas vivas, como são responsáveis pela sua destruição. Se somente os mais aptos sobrevivem, então por que impedir que a evolução tenha seu curso normal quando combatemos as doenças nos humanos e até em animais? 

Sejamos todos leais a Darwin, o homem que teve a maior ideia que toda a humanidade já teve, e deixemos que a natureza realize sua ação evolutiva: eliminar os menos aptos, para que somente os mais aptos sobrevivam, e se transmutem em novas espécies. Fazer o contrário, é desperdiçar o dinheiro público em pesquisas e ser profundamente desleal para com Darwin e sua teoria da evolução através da seleção natural. Quem não for mais apto, que se dane: morra! A evolução, portadores de câncer, é mais inteligente do que vocês, idiotas! Obrigado Orgel, que já morreu, pela pérola literária!

Darwin morreu! Viva Darwin!

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