Maurício Tuffani, o cético seletivo, está equivocado em relação à Teoria do Design Inteligente

segunda-feira, julho 25, 2016

Maurício Tuffani, o cético seletivo, está equivocado em relação à cientificidade da teoria do Design Inteligente: "a chamada teoria do design inteligente (TDI), que é uma versão sofisticada do criacionismo."

Esta é a posição oficial do Discovery Institute sobre a definição do Design Inteligente, e esta tem sido a única definição há décadas:

"The theory of Intelligent Design holds that certain features of the universe and of living things are best explained by an intelligent cause, not an undirected process such as natural selection." 

[A teoria do Design Inteligente afirma que determinadas características do universo e das coisas vivas são melhor explicadas por uma causa inteligente, e não por um processo não guiado como a seleção natural."


Tuffani, esse corolário é uma hipótese testável e falseável. Ou uma causa inteligente provoca mudanças nas frequências de alelos das populações biológica, ou não provoca. Ou existem outros processos não randômicos que conduzem as mudanças morfológicas nos sistemas biológicos, além da seleção natural, ou não existem. Tais predições, Tuffani, não é questão de ceticismo localizado, mas de verificar se são testáveis e falseáveis. Ao incluir características não vivas, a TDI pode ser aplicada à Química e à Física sobre o surgimento da vida.

Esses sinais de inteligência são empiricamente detectados na natureza todas as vezes que encontrarmos complexidade irredutível de sistemas biológicos e informação complexa especificada como a informação digital encontrada no DNA. 

Nós sabemos que esses corolários não são derivados de relatos sagrados de criação, tipo Gênesis, mas de evidências encontradas na natureza. Tuffani sabe disso.

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O texto de Maurício Tuffani, o cético nada cético, que motivou a resposta acima, foi este:

Amit Goswami diz ser criador de ‘novo paradigma da física’, mas não debate com cientistas

MAURÍCIO TUFFANI,

Editor

Um dos grandes legados do pensamento de Paul Feyerabend (1924-1994) é o ensinamento de que os avanços da ciência muitas vezes ocorrem graças às transgressões dos preceitos rígidos do conhecimento. Autor de importantes obras da filosofia da ciência, entre elas “Contra o método” e “Adeus à razão”, o pensador austríaco tem sido frequentemente citado por aqueles que propõem novas interpretações das teorias científicas.

O mesmo acontece com a obra do físico teórico e historiador da ciência norte-americano Thomas Kuhn (1922-1996), autor de “A estrutura das revoluções científicas”. Esse livro, que define o conceito de “paradigma” como um conjunto de compromissos conceituais, metodológicos e instrumentais compartilhados pelos membros de uma especialidade científica durante um determinado período, tem sido amplamente invocado para justificar toda e qualquer proposta para a ciência como “novo paradigma”.

O apelo a interpretações distorcidas de obras como as de Feyerabend, Kuhn e de outros pensadores têm sido frequente para “justificar”, por exemplo, desde a negação dos fatores antropogênicos — ou seja, gerados pela humanidade — no aquecimento global à recusa da seleção natural das espécies proposta por Charles Darwin, propondo, ao mesmo tempo, a chamada teoria do design inteligente (TDI), que é uma versão sofisticada do criacionismo.

Infelizmente uma outra distorção da ciência também tem se apoiado indevidamente no pensamento desses pensadores, seja por seu formulador, seja por seus defensores. Trata-se da obra do físico indiano Amit Goswami, que em novembro, no Brasil, será uma das principais atrações do 1º Congresso Internacional: Felicidade, Prosperidade, Abundância e Física Quântica.

Fonte: Direto da Ciência Análise, Opinião e Jornalismo Investigativo

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Tuffani, aproveitando o gancho de seu blog ser de jornalismo investigativo, pode dizer por que do seu silêncio sobre os estertores epistêmicos da Síntese Evolutiva Moderna que se transformou em Síntese Evolutiva Ampliada/Estendida em agosto de 2015, e que a Royal Society vai ter uma conferência em 7-9 de novembro de 2016 sobre como - em outras palavras - se desapegar do Darwinismo em favor de uma teoria científica mais baseada em evidências?

Deixemos que a Royal Society fale:


Overview

Scientific discussion meeting organised in partnership with the British Academy by Professor Denis Noble CBE FMedSci FRS, Professor Nancy Cartwright, Professor Sir Patrick Bateson FRS, Professor John Dupré and Professor Kevin Laland.

Developments in evolutionary biology and adjacent fields have produced calls for revision of the standard theory of evolution, although the issues involved remain hotly contested. This meeting will present these developments and arguments in a form that will encourage cross-disciplinary discussion and, in particular, involve the humanities and social sciences in order to provide further analytical perspectives and explore the social and philosophical implications.

The schedule of talks, and biographies of the organisers and speakers are available below. Alternatively you can download the draft programme (PDF). Speaker abstracts will be available closer to the meeting date. Recorded audio of the talks will be available on this page after the event has taken place.

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Tuffani, cientistas de renome irão participar, inclusive gente do Third Way que, assim como os proponentes e defensores da TDI expressam ceticismo localizado sobre o poder criativo da seleção natural na história evolutiva das coisas bióticas:

Below, you will find a list of researchers and authors who have, in one way or another, expressed their concerns regarding natural selection’s scope and who believe that other mechanisms are essential for a comprehensive understanding of evolutionary processes. (See/Vide)

Esse tipo de jornalismo investigativo quando a questão é Darwin está faltando no Direto da Ciência, Tuffani, mas é preciso ter cojones para tal!

(Foto)